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  • Estudo Bíblico "virtudes Cristãs": Lição 6 - Coragem

    13/11/2018 por

    PRÁTICA DA OUSADIA

    A prática da ousadia é a arte de portar-se corajosamente diante das obrigações, oportunidades e desafios da vida cristã e do ministério decorrente da vocação celestial, em função do poder de Deus e dos recursos que ele coloca à disposição de todos que o cercam e de todos que o servem.

    Não é pequeno o número de tímidos. Por causa da timidez, o homem não faz tudo que poderia fazer, não alcança todas as vitórias que poderia alcançar. Fica parado, sonhando sempre, desejando sempre, planejando sempre, tendo sempre as mesmas boas intenções. Com o preguiçoso acontece o mesmo. Mas o mal de muitos não é exatamente a preguiça, e sim o receio, o medo, o acanhamento, o acovardamento, a indecisão. Todavia, a timidez favorece a preguiça e a preguiça favorece a timidez. A Bíblia trata a timidez com rigor. Entre os judeus, o soldado “medroso e de coração tímido” deveria voltar para casa: além de inapto, ele poderia contagiar os outros com a sua timidez (Dt 20.8). Jesus fez uma pergunta muita séria aos discípulos por ocasião da travessia do mar de Genezaré: “Por que sois assim tímidos? “ (Mc 4.40). O medroso precisa descobrir as razões de sua timidez e livrar-se dela.

    Ousadia não é escarcéu (Excesso de barulho, confusão, gritaria: a manifestação se tornou um escarcéu.)

    Ousadia não é esbravejar, ameaçar, fazer barulho, bazofiar, prometer mundos e fundos, chamar a atenção, desafiar a adversidade e os adversários, subir acima das nuvens do céu. Ela não outra coisa senão dar conta do recado com permanente disposição e com o prudente acompanhamento da modéstia cristã. O exercício da ousadia não prejudica o exercício da humildade, nem este prejudica aquele. Uma virtude não ofusca nem danifica a outra.

    Coragem! A ordem “Sê forte e corajoso” é muito insistente nas Escrituras. Foi dirigida ao povo de Israel em ocasiões de perigo e desafio, na época de Moisés (Dt 31.6), Josué (Js 10.25) e Ezequias (2Cr 32.7). Foi dirigida a Josué , o sucessor de Moisés, seguidas vezes (Dt 31.7, 23; Js 1.6,7,9,18). Mais de quinhentos anos depois, Davi achou por bem repetir as mesmas palavras a Salomão, seu filho e herdeiro do trono (1Cr 22.13; 28.10). Jesus usava com frequência uma expressão semelhante (“Tem bom ânimo”), que a Bíblia na Linguagem de Hoje reduz numa só palavra: “Coragem!”. O Senhor deu esse conselho ao paralítico de Cafarnaum (Mt 9.2), à mulher hemorrágica (Mt 9.22), aos discípulos (Mt 14.27), ao cego de Jericó (Mc 10.49) e mais uma vez aos discípulos: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). À tripulação e aos passageiros do navio seriamente ameaçado de naufrágio nas proximidades da Ilha de Malta, no Mediterrâneo, Paulo aconselhou com insistência: “Senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus” (At 27.22,25). O próprio Paulo, antes dessa viagem a Roma na qualidade de prisioneiro, ouviu a oportuna advertência de Jesus Cristo: “Coragem! Pois do modo por que destes testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma” (At 23.11).

    Ousadia para quê?

    Precisamos de ousadia para entrar com naturalidade na presença de Deus, no Santo dos Santos, como diz a s Escrituras (Hb 10.19), certos de que o Senhor nos recebe e nos atende em Cristo. Precisamos de ousadia para sair da rotina e fazer proezas: “Em Deus fazemos proezas” (Sl 60.12). A ousadia espiritual pode conduzir-nos à experiência de Paulo: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Precisamos de ousadia para seguir os caminhos do Senhor, indo contra a opinião pública, contrariando o sistema, nadando contra “o curso deste mundo” (Ef 2.2), não nos conformando com este século (Rm 12.2). Esses alvos são profundamente difíceis e exigem séria e constante intrepidez. Vejamos a experiência de Josafá: “Tornou-se-lhe ousado o coração em seguir os caminhos do Senhor” (2Cr 17.6). Precisamos de ousadia para confiar em Deus, ainda que andemos pelo vale da sombra da morte (Sl 23.4), “ainda que a terra se transporte e os montes se abalem no seio dos mares” (Sl 46.2), e ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira (Hc 3.17-19). Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, Paulo e Silas tiveram ousada confiança em Deus para anunciar o evangelho aos tessalonicenses, “em meio de muita luta” (1Ts 2.2). Precisamos de ousadia para tornar conhecido o evangelho do reino, para anunciar a Palavra de Deus, para ensinar, para falar, para pregar a um mundo incrédulo, corrompido, desinteressado, cego e zombador, como aconteceu com os apóstolos: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciaram a Palavra de Deus” (At 4.31; 9.27,28; 13.46; 14.3; 18.26; 19.8 e 28.30,31). Só com muita ousadia é possível alargar, alongar e firmar bem as estacas, transbordando para a direita e para a esquerda, não importa sejamos fracos e poucos (Is 54.1-3). Precisamos de ousadia para enfrentar o sofrimento, para não deixar de “seguir para Jerusalém”, para beber o cálice do sacrifício, para passar pela prova de escárnios e açoites, de algemas e prisões, de tortura e morte, e para, se necessário for, ser “serrados pelo meio” (Hb 11.35-38). Está registrado na Bíblia que, quando estava para ser morto, Jesus “manifestou no semblante a intrépida resolução de ir para Jerusalém” (Lc 9.51).

    As bases da ousadia

    1. Jesus Por meio de Cristo Jesus, nosso Senhor, “temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele” (Ef 3.12). Porque Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus, porque ele é o supremo sacerdote, porque ele subiu aos céus e está à direita de Deus, porque ele é capaz de condoer-se das nossas fraquezas, porque ele é o Autor e Consumador da fé e porque ele em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz—somos tomados de grande ousadia para ir até o trono de Deus e lá permanecer “para recebermos a sua misericórdia e acharmos a sua graça para nos ajudar em nossos tempos de necessidade” (Hb 4.14-16); 12.1-3, BV).

    2. A esperança A esperança da glória vindoura no faz andar altaneiramente (Hc 3.19),como filhos do Rei, como irmãos do próprio Jesus, como herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17). A esperança em si já é ousadia (Hb 3.6). Paulo explica: “Já que sabemos que esta nova glória nunca acabará, podemos pregar com grande ousadia” (2Co 3.12, BV).

    3. A oração Dificilmente alguém se levanta tímido depois de orar fervorosamente: “Tendo eles orado tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a Palavra de Deus” (At 4.31). O apóstolo solicitava as orações da igreja em seu favor, para ele fazer conhecido o mistério do evangelho com intrepidez (Ef 6.19).

    4. A comunhão com Deus O sinédrio reconheceu que a convivência de Pedro e João com Jesus lhes dera intrepidez (At 4.13). Os que se demoram na presença do Senhor e nele permanecem têm possibilidades imensas (Jo 15.5). Adquirem entre outras virtudes, a necessária coragem para enfrentar a oposição com sabedoria e vitória.

    5. Os sucessos acumulados, a experiência obtida Foi isso que o imberbe Davi explicou ao rei Saul “O Senhor me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão deste filisteu” (1Sm 17.37). Paulo lembra que “os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus” (1Tm 3.13).

    6. O estímulo alheio Veja-se a citação de Paulo: “A maioria dos irmãos estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais assombro a Palavra de Deus” (Fp 1.14). Assim como o soldado tímido gera timidez, o soldado corajoso gera bravura. A ousadia é tão contagiante quanto o medo.

    Ousadia pecaminosa

    Nem toda ousadia é virtude. Existe a ousadia pecaminosa. O ímpio também pode ser ousado. Paulo se queixa de alguns falsos irmãos “que fazem ousadas asseverações” (1Tm 1.7). O israelita que trouxe para dentro do arraial, “perante os olhos de Moisés e de toda a congregação”, a mulher midianita para se deitar com ela no interior da tenda (Nm 25.6-15), foi de uma ousadia enorme. Judas foi muito ousado ao censurar Maria por motivos interesseiros (Jo 12.4-6) e mais ainda ao procurar o sumo sacerdote para ver quanto receberia se lhe entregasse Jesus (Mt 26.14-16). Aquele que é naturalmente ousado precisa tomar cuidado com a sua ousadia. Ela pode ser uma benção, se for usada corretamente, e uma tremenda desgraça, se for usada em função do pecado. Ao mandar buscar a mulher de Urias para se deitar com ela, Davi foi muito ousado (2Sm 11.3-4). Mas essa ousadia foi negativa e lhe trouxe seriíssimos problemas.

    Exercícios de Reflexão:

    1. Em tempo de guerra, o que era feito com o israelita medroso e de coração tímido? 2. Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois assim tímidos? ”. Se a pergunta fosse dirigida a você, qual seria a tua resposta? 3. Afinal, o que é ser mesmo forte e corajoso? O que é ter bom ânimo? 4. Jesus recomendou coragem a uma porção de gente com sérias carências (como a mulher hemorrágica, o cego de Jericó, etc.). Você gostaria que lhe dissesse hoje: “Coragem! ”?

    Compilado por Carlos Pires, em 13/11/2018.